Conexão a internet no Brasil é uma das piores do mundo

O Brasil ficou na 163° posição em um ranking de 224 países que compara a média da velocidade da internet. A velocidade média de conexão no País é 105 KBps (quilobytes por segundo), o que coloca o Brasil atrás de países como Niger, Haiti, Etiópia, Paquistão e Papua-Nova Quiné.
O Brasil também tem a pior velocidade de conexão entre os BRICs, já que a Rússia, a Índia e a China possuem velocidades médias de 761 KBps, 184 KBps e 245 KBps, respectivamente.
A velocidade da conexão nacional também está bem abaixo da dos Estados Unidos, que tem uma velocidade média de conexão de 616 KBps. Os EUA, por sua vez, mostrou uma velocidade superior à média mundial, que ficou em 580 KBps.

Conexão lenta em Santa Catarina.

Além de mal posicionado no ranking como um todo, o estudo elaborado pela Pando Networks, divulgado nesta quinta-feira (22), ainda mostrou que a cidade de Itapema, em Santa Cataria, possui nada menos do que a segunda conexão mais lenta entre todas as cidades do mundo avaliadas.
A cidade brasileira, que tem uma velocidade de 61 KBps, só perde para Algiers, na Argélia, que tem uma conexão de 56 KBps. Depois de Itapema, aparece Santa Cruz, na Bolívia, com uma velocidade de 62 KBps.

Coreia tem velocidade mais altaSe o Brasil tem velocidade baixa, a situação fica ainda mais negativa quando comparado com os países que possuem as conexões mais rápidas do mundo. Quem conquistou o primeiro lugar da lista foi a Coreia do Sul, com conexão média de 2,2 MBps (megabytes por segundo).

Em segundo lugar ficou a Romênia com 1,9 MBps. Três outros países do leste europeu vêm na sequência: Bulgária (1,6 MBps), Lituânia (1,5 MBps) e Letônia (1,4 MBps).
O CEO de Pando Networks, Robert Levitan, considerou as disparidades encontradas como “impressionantes”. Apesar das grandes economias terem superado a velocidade de conexão dos países em desenvolvimento, grandes nomes como EUA, Reino Unido, França e China não chegaram nem perto das velocidades mais rápidas do mundo.

Em vez disso, as velocidades mais elevadas se concentraram em mercados como Europa Oriental, onde há um grande foco no investimento em infraestrutura e a geografia favorável ajuda no alto nível de conectividade.
Por: Viviam Klanfer Nunes – Info Money

Resposta da administração municipal de Itapema SC

A Pando Networks, empresa responsável pela gerência de downloads de jogos em massa, divulgou na última semana uma pesquisa que aponta o Brasil na 164ª posição do ranking mundial de velocidade média da conexão à internet. Porém, o que mais chama a atenção é a cidade de Itapema, Santa Catarina, que foi colocada como a segunda pior conexão do mundo – constatação que não representa a realidade dos usuários gerais no município.
A pesquisa levou em conta apenas jogadores que se conectaram aos servidores da empresa e deles fizeram algum download, em que foram considerados a transferência de 35 petabytes de informações digitais (o equivalente em arquivos a memória de 183500 computadores com unidades de armazenamento de 200 gigabytes). Foram 27 milhões de downloads feitos por 20 milhões de computadores em 224 países e territórios. A medição foi feita entre janeiro e junho de 2011 só na rede de jogos oferecidos pela empresa.

O assessor Especial de Gestão Administrativa de Itapema, Ricardo Alexandre Nunes Pereira, que é o responsável pelo Departamento de Informática da Prefeitura e pela estrutura de Tecnologia da Informação Pública do município, lembra que a pesquisa leva em conta apenas os usuários que se conectaram aos servidores da Pando NetWorks. “Seria a mesma coisa que dizer que o pedágio na BR 101 qualifica as marcas de carros com base nos veículos que passassem lá no período de uma hora. Talvez, nessa hora, passasse apenas um carro, um Fusca, e este dado seria comparado com os de outros pedágios e, com base nisso, seria possível afirmar que Itapema tem a pior frota de veículos do país”, explica.
Para Ricardo, há um erro grave na forma que o estudo foi divulgado até agora, além dele ter considerado apenas jogadores online na pesquisa. A Pando Networks usa a unidade de medida KBps (kilobytes por segundo), enquanto o mais comum usado é o kbps (kilobits por segundo). No primeiro, KBps com o “B” maiúsculo, cabem 8 kbps, com o “b” minúsculo – como se o primeiro fosse centímetros e o outro milímetros. “Quem noticiou até agora fez a grafia das unidades de medida a mesma coisa, o que confunde mais ainda no entendimento e na deturpação dos fatos”, lamenta.

Apesar da pesquisa com pontos falhos, a internet em Itapema realmente não é das melhores, mas o título de segunda pior não está bem fundamentado. Ricardo detalha que o estudo nada tem a ver com a internet pública ou a rede da Prefeitura de Itapema e que a Pando Networks não considerou usuários fora da rede de jogos, que são a maioria. “Para resolver de vez isso, seria interessante haver mais opções de prestadoras de serviço na cidade, que geraria concorrência entre empresas prestadoras de serviço em Itapema. Esta é a oportunidade para boas empresas investirem no município, pois os usuários locais querem mais qualidade de internet”, completa.

Itapema é a cidade mais digital de Santa Catarina

Apesar da constatação da pesquisa da Pando Network, Itapema recebeu em junho de 2011 o título de cidade mais digital de Santa Catarina e a 18ª do Brasil. Os cidadãos itapemenses tem a disposição uma série de serviços online, no link http://itapema.sc.gov.br/servicos. No espaço é possível ter acesso a Certidão Negativa de Débitos, ao Sistema Integrado de Bibliotecas, Projetos de Leis, Publicações, o Novo Código Tributário, entre outras opções. Além disso, o setor de Tecnologia da Informação da Prefeitura gerencia todos os processos administrativos, com a automação dos processos internos de todas as secretarias dentro de uma intranet, a Itanet. Ao todo são mais de 50 softwares distintos e interligados entre si com uso bancos de dados dinâmicos.
Sem relação com velocidade privada de internet, o termo Cidade Digital pode ser entendido como o conjunto de experiências e projetos governamentais, privados e/ou da sociedade civil, que relacionam cidades e novas tecnologias de comunicação. A intenção é criar uma representação na web de um determinado lugar, como um portal de informações gerais e serviços, comunidades virtuais e representação política, para oferecer uma plataforma de interação aos cidadãos.